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Apr 07, 2024

Sauditas fazem primeira grande aposta global em mineração com participação da Vale Metals

(Bloomberg) -- A Arábia Saudita fez o primeiro grande acordo em um esforço para aplicar sua vasta riqueza na indústria de mineração global, concordando em comprar uma participação na unidade de metais básicos da Vale SA.

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O veículo de riqueza soberana saudita, o Fundo de Investimento Público, e a Saudi Arabian Mining Co., conhecida como Maaden, comprarão uma participação de 10% em uma empresa criada para abrigar os ativos de metais básicos da Vale, disse a Vale na quinta-feira. Separadamente, a empresa de investimentos Engine No. 1 comprará uma participação de 3%. O valor total a ser pago sob ambos os acordos é de US$ 3,4 bilhões.

A Arábia Saudita tem estado numa onda de investimentos globais nos últimos anos, à medida que procura aproveitar a sua riqueza petrolífera noutros sectores. A PIF adquiriu participações em fabricantes de videogames e fabricantes de carros elétricos, mas o acordo com a Vale é o primeiro grande investimento em mineração desde que ela criou uma joint venture com a Maaden em janeiro, chamada Manara.

Num processo de licitação demorado, o empreendimento saudita venceu concorrentes rivais, incluindo a trading japonesa Mitsui & Co. e a Autoridade de Investimentos do Catar, segundo pessoas com conhecimento do assunto. O Goldman Sachs Group Inc. assessorou a Vale. O Bank of America Corp. trabalhou com PIF e Maaden.

Além do acordo com a Vale, Maaden formou recentemente uma joint venture com a Ivanhoe Electric Inc. para desenvolver projetos de mineração na Arábia Saudita. A empresa anunciou parcerias com a Barrick Gold Corp. para explorar e desenvolver duas novas áreas no reino, onde opera a mina de cobre Jabal Sayid.

Materiais Críticos

A Engine No. 1 é mais conhecida por sua impressionante vitória sobre a Exxon Mobil Corp. há dois anos, quando colocou três diretores no conselho da gigante do petróleo. Desde então, iniciou um esforço para comprar activos mineiros e de combustíveis fósseis para ajudar as empresas a descarbonizarem-se, especialmente à medida que outros investidores saem. A empresa sediada em São Francisco contratou no ano passado um gestor da Blackstone para a estratégia.

“Nossa missão de capital privado é fazer parceria com empresas para criar valor, operando ativos de forma responsável e sustentável e, ao mesmo tempo, entregando materiais críticos”, disse Erik Belz, chefe de capital privado da Engine No.

Leia mais: Arábia Saudita visa US$ 3,2 bilhões em investimentos globais em mineração

Para a Vale, segunda maior fornecedora mundial de minério de ferro, os lucros da venda ajudarão a financiar investimentos de até US$ 30 bilhões durante a próxima década para atender à crescente demanda por níquel e cobre na mudança para veículos elétricos. O estabelecimento de uma unidade separada de metais básicos com parceiros sauditas também poderá permitir que a Vale participe de uma onda de consolidação no setor.

Após anos de deliberação, a Vale criou a unidade separada de metais básicos, em grande parte a partir de ativos no Canadá, Brasil e Indonésia que foram adquiridos na compra da canadense Inco Ltd. anunciada em 2006. O ex-chefe da Anglo American Plc, Mark Cutifani, foi recrutado para liderar uma empresa independente conselho da unidade, avaliada em US$ 26 bilhões, de acordo com as transações anunciadas hoje.

A cisão dos metais básicos também oferece aos investidores uma maneira mais fácil de avaliar as avaliações. A gigante mineradora brasileira negocia com desconto em relação aos seus principais pares, uma vez que ainda ganha a maior parte do seu dinheiro com enormes minas de minério de ferro no Brasil, cenário de dois devastadores colapsos de barragens de rejeitos nos últimos anos.

Leia mais: Com a libertação de mineradores, Vale volta a resgatar credenciais ESG

Além de Cutifani, o conselho de metais básicos também conta com Jerome Guillen, que passou uma década como tenente de Elon Musk na Tesla Inc. A Vale já é fornecedora direta da Tesla e da General Motors Co. desenvolver conjuntamente níquel na Indonésia. O CEO Eduardo Bartolomeo vê potencial para que os metais básicos se tornem tão grandes quanto as operações de minério de ferro da Vale.

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